Principais envolvidos teriam desviado quase R$ 7 milhões da instituição nos últimos cinco anos, segundo primeiras apurações do Seccold – Setor Especializado de Enfrentamento aos Crimes de Corrupção, Crime Planejado e Lavagem de Dinheiro
A mega operação realizada através da Polícia Civil nesta semana para cumprimento de nove mandados de prisão e 18 de buscas e apreensões no chamado Caso APAE em Bauru, não encerrou as investigações realizadas através do Seccold – Setor Especializado de Enfrentamento aos Crimes de Corrupção, Crime Planejado e Lavagem de Dinheiro. “Ao contrário, ela serviu para nos dar mais ferramentas para investigar, para que possamos oferecer provas para o Ministério Público e a Justiça para um futuro processo penal e a competente responsabilização dos envolvidos”, explicou o delegado Gláucio Stocco, do Seccold.
Como envolve desvio de dinheiro, o Seccold acionou o laboratório de lavagem de dinheiro da Polícia Civil de SP, “que recebe todas as informações das quebras de sigilo bancário e envia relatórios detalhados sobre quanto cada pessoa recebia mensalmente em valores declarados, quanto movimentou na conta bancária e o patrimônio amealhado, para nos dizer se o ganho foi compatível ou não com o que ela movimentou e acumulou”, explicou Stocco. Até o momento, apurou-se que o ex-presidente da APAE Roberto Franceschetti Filho movimentou R$ 5 milhões e a ex-secretária-executiva que ele matou, Cláudia Lobo, algo em torno de R$ 1,8 milhão nos últimos cinco anos.
Como já foi noticiado por HORAH, parentes de Cláudia, um PM reformado, ex e atuais empregados foram apreendidos momentaneamente nesta semana por envolvimento com o Caso APAE, dentre eles a filha da ex-secretária, Letícia Lobo. Ela tinha um emprego fantasma na entidade, onde recebia em torno de R$ 2,5 mil mensais, mas só neste ano viajou três vezes para a Disney, nos EUA. Outros parentes de Cláudia na mesma situação tinham funções específicas no plano de desvio de recursos da APAE, seja emitindo notas fiscais frias ou forjando entrega de produtos nunca recebidos no almoxarifado da entidade, mas que eram pagos integralmente. Por causa disso tudo a Justiça decretou não só as prisões, mas o bloqueio dos bens de todos os envolvidos.
Participaram da entrevista coletiva da Polícia Civil de Bauru na 4.a feira 4 o diretor da DEIC Bauru – Departamento de Investigações Criminais, delegado Ricardo Martins; o novo titular da 1.a DIG – Delegacia de Investigações Gerais, o ex-chefe da DIG/DISE de Jaú, delegado Marcelo Goes; e o chefe do Seccold, delegado Gláucio Stocco. Por sinal, Stocco será agora subordinado de Goes, com quem trabalhou por 3 anos em Jaú, o que produziu sintonia profissional entre os dois.
Buscas e prisões no Caso APAE não encerram investigações, diz polícia – Fonte: HoraHNotícia.