Por decisão unânime dos quatro promotores do Gaeco Bauru, a representação feita pela Câmara Municipal sobre espionagem contra ao menos uma vereadora e um servidor público pelo hacker Patrick da Silva Brito, com fins políticos, foi encaminhada para o Ministério Público Federal (MPF). O entendimento deles é de que o crime de invasão de dispositivo informático ocorreu no início de 2022, quando o hacker já estava preso em Belgrado, Sérvia, caracterizando então uma investigação internacional que cabe à Justiça Federal.
Após denúncia levada à Câmara pelo vereador e advogado Eduardo Borgo, o caso foi representado ao Gaeco em 30/10 e passou a ser acompanhado por Comissão Temporária aprovada pelo Legislativo de Bauru. Uma das supostas vítimas da espionagem do hacker, a vereadora Estela Almagro integra a comissão, assim como o autor da denúncia e outros parlamentares. Estela teve as redes sociais e o celular invadidos pelo hacker, situação que se repetiu com o jornalista Nelson Itaberá, que é servidor legislativo.
A finalidade da bisbilhotagem seria encontrar fatos ou informações que pudessem ser usados para descredibilizar a vereadora e o jornalista, cuja postura seria crítica e estaria desagradando a administração municipal de Bauru. Isso foi relatado em cartas manuscritas pelo hacker na prisão na Sérvia e entregues aos vereadores e o jornalista pelos advogados dele, que são de Araçatuba, onde Patrick se envolveu em situação semelhante envolvendo o prefeito da cidade e acabou preso.
A decisão de mandar o caso ao MPF foi assinada pelos promotores Nelson Febraio Jr, Ana Maria Romano, Gabriela Salvador e Paula Coube. Segundo a denúncia levada ao Gaeco pela Câmara e sustentada pelo hacker, a espionagem teria sido contratada e paga por Walmir Vitorelli Braga, ex-assessor parlamentar exonerado da Assembleia Legislativa em 30/10 e cunhado da prefeita de Bauru, Suéllen Rosim. Esta, por sua vez, emitiu nota negando qualquer envolvimento com os fatos; Estela disse que os fatos representam “afronta contra o estado democrático de direito e exige apuração no rigor da lei”.
Espionagem de hacker levada ao Gaeco segue agora para o MPF – Fonte: HoraHNotícia.